Vereadores visitam Arroio Dourado e verificam situação das famílias no antigo lixão
O Ministério Público moveu ação e a justiça acatou o laudo que considerou como área de risco, o espaço do antigo lixão no Arroio Dourado, desativado nos anos 90. A justiça definiu prazo para a prefeitura disponibilizar outra área para futuramente construir as moradias e realocar as famílias. Para início desse processo, o prefeito enviou à Câmara um projeto de lei liberando uma área próxima ao Museu de Cera para que futuramente seja implantado o novo loteamento popular.
Antes da votação desse projeto, a Câmara resolveu chamar audiência pública para o próximo dia 24, a partir das 9h, a fim de ouvir todas as partes. Na última segunda-feira (15), vereadores membros das comissões reunidas da Câmara visitaram o Arroio Dourado e verificam situação das famílias. O grupo foi formado pelos vereadores Anderson Andrade (PSC), Marcelinho Moura (PODEMOS), Edson Narizão (PTB) e João Miranda (PSD), juntamente com assessores com a finalidade de verificar a situação de perto.
Famílias querem permanecer no local
Os moradores, em sua maioria, não concordam com a realocação. O vendedor Nelci da Rosa afirmou que “há 26 anos, não tinha um pé de mato. Era tudo seco, não nascia nada. Hoje, se você ver, não tem uma plantação morta. Isso quer dizer que não tem mais problema. E nós também moramos fora do antigo lixão”.
Para outros moradores, a sobrevivência também está em jogo. O chacareiro Gelsir Ferrari diz que ele e a esposa vivem da chácara, e que se irem para outro lugar não terão o que fazer. “Do que nós vamos viver? Já não tenho mais idade para conseguir um emprego, então, meu negócio é aqui, eu sou chacareiro e da minha parte, gostaria de ficar aqui” afirmou.
O vereador João Miranda ressaltou que “o projeto de lei está na Câmara para discussão da legalidade e o que precisa dar à população que ali reside há mais de 40 anos”.
Marilda Luiza, que é dona de casa relata que não concorda com a medida. “Estamos bem aqui”. Ela alega nunca ter tido problemas de intoxicação com a água ou com alimentos. “Você acha que nós vamos querer sair daqui? Nunca! Eu mesma não quero” afirmou a moradora.
Marilda Luiza convocou os demais moradores para a audiência pública do dia 24. “Que todos compareçam. Os que estão interessados em sair e também os que não estão. Porque aqui, eu acho que só umas três famílias querem sair. O restante ninguém quer sair. Nós já fizemos até protestos aqui na rua, e se precisar, faremos tudo de novo. Graças a Deus aqui nós somos unidos. As igrejas ajudam e estamos todos juntos”, declarou.
O presidente do bairro e representante dos moradores, Marcírio de Oliveira Martins pede que o Ministério Público fale com eles após as pesquisas. “Eu quero que me provem que aqui é uma área de risco, por que até agora levaram informação distorcida com um laudo de empresa de Cascavel. Queremos um novo estudo pois vai comprovar que aqui não há contaminação até porque o espaço ocupado pelas famílias é ao lado e mesmo onde ficava o antigo lixão agora tem pastagem”, explicou Marcírio.