Serviço de urgência e emergência de Foz deverá ser discutido em audiência pública
A vereadora Inês Weizemann encaminhou um requerimento no qual está propondo a realização de uma audiência pública para tratar da possível adesão dos serviços de urgência e emergência de Foz do Iguaçu ao Complexo Regulador Macrorregional do Estado que, entre outras prioridades, tem como objetivo desenvolver ações de Regulação de Urgência. O assunto foi discutido na sessão ordinária desta quinta-feira, que contou com a participação de médicos, socorristas e enfermeiros do Samu, que foram convidados pela vereadora.
O objetivo do encontro foi levantar informações sobre os serviços prestados e a falar da possibilidade da centralização da regulação dos atendimentos de urgência e emergência, que poderá passar a ser feita por uma central em Cascavel. Para a vereadora, a mudança poderá representar o fim da autonomia que a cidade tem sobre a gestão do Samu, por exemplo.
O enfermeiro Marcelo Lino de Leite disse que é preciso ter mais informações sobre esse processo para que não haja um retrocesso no atendimento. Ele deixou claro que “uma Central de Regulação não é uma central telefônica, mas sim uma área de gerenciamento de atendimento de urgência e emergência, onde todo o trabalho, desde o socorro até a entrega do paciente em uma unidade de saúde, é coordenado levando em conta vários fatores”. Preocupado com a possibilidade da centralização, o socorrista Mauro Antônio do Nascimento disse que “o município deveria melhorar a estrutura local do Samu em vez de entregar a estrutura atual para o vizinho”.
O Samu
O Samu de Foz é regional e recebe recursos para atender as outras cidades da área de cobertura da 9ª Regional de Saúde. De acordo com a apresentação do médico João Fernando Batista Pereira, atualmente o Serviço conta com 9 veículos e 2 motolâncias para atender uma média mensal de 2.800 ocorrências. É essa estrutura que está disponível para cerca de 450 mil habitantes da região.
O custo médio mensal do Samu hoje gira em torno dos R$ 176.000,00 e a maior parte é coberta com repasses da União e do Estado, que chegam a R$ 171.842,00 mensais. De acordo com a chefe da Divisão de Atenção à Saúde da 9ª Regional, Luciana Tamura, o valor repassado para Foz foi definido justamente porque atualmente o Samu é regionalizado.
Audiência Pública
Durante o encontro foram surgindo dúvidas com relação ao assunto. Entre elas, sobre a autonomia da gestão do atendimento como um todo, os locais para onde os pacientes serão encaminhados, os custos para o município e principalmente a qualidade do serviço.
O Samu de Foz atende uma região com 450 mil habitantes mas, dentro do sistema macrorregional, passaria a atender uma área de 1,9 milhão de habitantes considerando os moradores das cidades que pertencem a 9ª e a 10ª Regional. O promotor Luis Marcelo Mafra, que também participou da conversa, demonstrou preocupação com relação às vagas para atendimento, por exemplo. Ele alertou para o fato de que “faltam vagas no Hospital Municipal e diante da possibilidade de ampliação do universo de pacientes que poderão ser atendidos aqui, o prejuízo para a cidade poderá ser muito grande”. Para a vereadora Nanci Rafain, a “cidade não pode perder recursos, mas também não pode abrir mão da gestão do Samu”. Para os vereadores Marcelinho Moura, Rogério Quadros, Márcio Rosa e Celino Fertrin, o assunto é sério e precisa ser amplamente discutido, para que a população de Foz não perca.
Diante da importância do tema o presidente da Casa, Beni Rodrigues, sugeriu que a vereadora Inês Weizemann apresentasse um requerimento propondo a realização de uma audiência pública para discutir o assunto. Logo após o fim da sessão, a vereadora encaminhou o pedido inicial à assessoria legislativa. (Gabinete da vereadora Inês Weizemann).
Assista a reportagem da TV Câmara