Descentralização e mais acesso a terapias podem melhorar a vida das pessoas com TEA
No Dia Mundial de Conscientização do Autismo, nesta terça-feira, 02 de abril, a Câmara de Foz do Iguaçu realizou audiência pública para discutir o tema com a sociedade civil, especialistas e parlamentares. O evento foi proposto pela vereadora Anice Gazzaoui (PL). Dentre as reivindicações, apontou-se a necessidade de maior acesso a terapias e descentralização das políticas públicas para as pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O debate expôs, dentre outras medidas importantes, disponibilizar profissionais capacitados em UBs, CMEIs e escolas.
A audiência foi aberta pelo 1º vice-presidente da Casa, vereador Rogério Quadros (PTB) e contou também com a participação dos vereadores: Yasmin Hachem (MDB) e Marcio Rosa (PSD). A proponente do debate, vereadora Anice Gazzaoui (PL), destacou: “Essa Casa tem feito um trabalho intenso em todos os setores e essa pauta para nós é muito importante. Precisamos melhorar as políticas públicas com efetividade”.
A vereadora Yasmin Hachem (MDB) afirmou: “Existe uma competência limitada do Poder Legislativo, mas isso não quer dizer que a gente não consiga contribuir de alguma forma. A capacitação é muito relevante. Podemos contribuir dentro da escola, UBS e em casa também”, pontuou a vereadora.
Vera Lúcia Isidoro, do Conselho Municipal das Pessoas com Deficiência, falou que “entre 2024 e 2025 teremos conferência e devemos ter a construção do novo plano”. Marcio Rosa (PSD) lembrou que “tem leis vigentes, emendas de vereadores, mas a gente acaba se sentindo tão pequeno que não conseguirmos chegar. Precisamos evoluir”. Roseli Sobral, Professora do curso de Administração da Unioeste abordou necessidade de capacitação dos profissionais.
Descentralização de políticas públicas
Camila Masson, neuropediatra, abordou o tema destacando que “o número de pacientes dentro do espectro está crescendo. A gente que lida com os diagnósticos no SUS e no sistema particular sabe que as dificuldades das famílias em terem acesso às terapias. E, a gente sabe que as habilidades só são treinadas com terapias. Uma das estratégias de políticas públicas era descentralizar o atendimento. Devemos descentralizar e não deixar esses profissionais apenas no CER IV, no Nosso Canto, mas colocarmos em UBS, escolas, CMEIs”.
Dificuldade de acesso a terapias para crianças com TEA
Camila Carvalho, mãe de pessoa com TEA, fez um relato e pediu que se aumente a oferta de terapias para as crianças com o transtorno. “A terapia é importante e é cansativo a gente falar. Minha filha teve atraso, ela foi para escola regular e hoje está na APAE. Minha filha se tivesse tido terapia estaria muito mais desenvolvida. É uma luta para ter terapia. Só quem vive com uma criança autista sabe a dificuldade que é. Dá a crise e não tem o que fazer. Minha filha agora está na APAE, está sendo uma casa para ela e eu também sou acolhida”.
Antonio Batista Santana Junior, diretor de saúde mental e do CER IV, adicionou: “A terapia não é só importante, ela é fundamental. Agora nós buscamos capacitar os pais, trazendo uma abordagem integral”.