Compostagem e implantação gradativa do Lixo Zero dominam debate em audiência pública

por Diretoria de Comunicação última modificação 02/06/2022 12h47

A Câmara Municipal foi palco de um debate importante a política pública de compostagem e implantação gradativa do Lixo Zero em Foz do Iguaçu. A discussão ocorreu durante audiência pública, realizada na noite de ontem, 01, com a presença de vereadores, representantes do Poder Executivo, Itaipu Binacional e especialistas da área.

Participaram do debate, proposto pelo vereador Kalito Stoeckl (PSD), o presidente da Câmara Municipal, Ney Patrício, o Deputado Estadual Goura (PDT-PR), Jorge Pegoraro, Diretor de Licenciamento e Controle Ambiental da SMMA da secretaria de meio ambiente; Raby Khalil, presidente do conselho municipal do meio ambiente; Rodrigo Sabatini - Presidente do Instituto Lixo Zero Brasil; Fátima Langbeck, embaixadora do Instituto Lixo Zero Brasil em Foz do Iguaçu; Anderson Quirino, representando a Coaafi; Sérgio Angheben, Gerente da Divisão Ambiental da Itaipu; Valquíria Castro, representante do PTI; Gisele Vosgerau - do Núcleo de sustentabilidade da ACIFI; Gabriel Curti coordenador do instituto lixo zero na América Latina; Stefano Ambrosini - Gerente do Instituto Lixo Zero na Itália e Vereador Marcos José de Abreu "Marquito" de Floripa.


“Como encaminhamento entregamos um compromisso para que a Casa estude a implementação da meta do lixo zero. De uma forma visionária para que possamos ser exemplo”, enfatizou o vereador Kalito (PSD). No mesmo sentido, o presidente do Legislativo, Ney Patrício (PSD), disse que a “vai dar conhecimento aos demais vereadores para que a Casa possa iniciar um processo de redução gradual de lixo, para que possamos chegar a zero”.


Lixo Zero como recurso econômico


Presidente do Instituto Nacional do Lixo Zero, Rodrigo Sabatini, falou com expositor e citou a cidade de Florianópolis que estabeleceu como meta o lixo zero em sua política: “importante primeiro definirmos o que é lixo. Não queremos dizer que não teremos resíduos. Foz deve ter uma visão, de que daqui 20 anos não teremos aterro sanitário. Florianópolis fez essa meta e tudo mudou na cidade, os contratos mudaram, tudo mudou. Precisamos da visão da sociedade para construir um acordo social”.


Relevância da compostagem


O Deputado Estadual Goura (PDT-PR), enfatizou: “não posso vir aqui e deixar de me posicionar contra a estrada do colono, ameaçando o patrimônio ecológico que o parque representa. Com relação à questão dos resíduos, o tema da compostagem é urgente para avançarmos em política nacional de resíduos. Precisamos pensar políticas que conversam entre si. Acho que precisamos ter uma meta e caminharmos para isso, de termos consciência, educação. Que a presença desses especialistas, ativistas, possam fortalecer as cobranças e intenções para que Foz implante a meta”.


Mudanças gradativas
O Vereador Marquito (Florianópolis), autor da lei 10.521/2019, participou virtualmente da audiência, como expositor, oportunidade em que destacou: “a melhor forma de fazer com que a cidade seja lixo zero é a valorização orgânica. Para lixo zero precisaremos ter compostagem doméstica, empresas trabalhando com esse processo, os equipamentos públicos também. O maior desafio é enfrentar os contratos. Mudanças que são a longo prazo, mas com metas estabelecidas. Firmamos metas para a lei da compostagem”.

Gestão de resíduos em Foz


Rosani Borba, da secretaria de meio ambiente, falou um pouco do histórico de ações que vêm sendo realizadas na cidade no âmbito da gestão de resíduos: “Em 2018 houve retomada com início da coleta seletiva domiciliar porta a porta e em 2019 coleta de resíduos inertes. Investimentos e parcerias, mecanização do processo e segregação de materiais, ampliando capacidade de triagem e comercialização. Entrega de cinco Unidades de valorização de recicláveis. Também a respeito da gestão de resíduos, Sérgio Angheben, da Itaipu, comentou “temos ideia que está em estudo de instalação da unidade de recicláveis para resíduos orgânicos”.
“Estímulo a essa casa pensar o lixo como recurso econômico e também a todos os participantes a trazerem consciência e a criar nova realidade”, Raby Khalil, presidente do conselho municipal do meio ambiente.

Logística reversa e estímulo a empresas que trabalhem com compostagem


Tacius Lima, fundador da ADERE (Associação de Desenvolvimento de Esportes Radicais e Ecologia), questionou: “vejo que a logística reversa não é cobrada. A meu ver faltam incentivos fiscais para que novas empresas se instalem na cidade. Empresas que façam a resolução desses passivos, como por exemplo empresas grandes de compostagem, em Toledo e Cascavel existem”.
Rosani Borba, Coordenadora do Programa de Gestão de Resíduos recicláveis, da secretaria de meio ambiente, explicou: “nós como município somos impedidos de promover a logística reversa, porque a legislação nos proíbe de investir recurso público em algo que é de responsabilidade das empresas”.


Tribuna popular


Dantas Duarte, ambientalista, disse: “os plásticos vão pelas galerias, seguem pelos rios. Em Foz vemos que temos lixeiras insuficientes na região central, principalmente. Elas não comportam os resíduos das empresas por exemplo”.


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