Audiência pública vai discutir projeto sobre realocação de famílias do Arroio Dourado

por Diretoria de Comunicação última modificação 03/04/2019 13h46
Debate será no dia 24/04, às 09h, no Plenário da Câmara

As Comissões reunidas da Câmara Municipal de Foz do Iguaçu realizam no dia 24 de abril, uma audiência pública para debater o projeto de lei 28/2019, de autoria do Executivo, que trata da desafetação de área de propriedade do município, a qual terá a finalidade de realocar as famílias que residem no Arroio Dourado, conhecido como antigo lixão. A providência da prefeitura atende a uma determinação da justiça em demanda que tramita desde 1999.

O projeto para liberação da área onde futuramente deverá ser implantado o novo loteamento está nas comissões do Legislativo. A proposta depende de parecer para prosseguir o trâmite para votação. Antes disso, os vereadores querem ouvir a comunidade em audiência pública, a fim de que todas as dúvidas possam ser sanadas e a população tenha a oportunidade de se manifestar.

O vereador João Miranda (PSD) presidente das Comissões Reunidas, explicou que a decisão da Câmara em realizar o debate leva em conta que “os parlamentares têm ouvido muitos questionamentos sobre esta situação. Então resolvemos fazer audiência, ouvir os moradores, a Prefeitura, Fozhabita, a Promotoria para saber os motivos pelos quais as pessoas precisam ser removidas do local. Vamos ver essa determinação da justiça e como esse assunto se desenrolou no decorrer de tantos anos”.

Liberação de área para Jardim Remanso

O espaço do antigo lixão foi ocupado em meados da década de 90, quando o atual aterro sanitário, que fica na região do Porto Belo foi montado. A proposta do Projeto encaminhado pela Prefeitura é liberar uma ampla área para construção das futuras moradias para abrigar as 63 famílias que residem no antigo lixão. A justiça entendeu que a permanência delas no local representa risco à saúde. Também considera que o acúmulo de lixo no subsolo produz gases, com iminente risco de explosões.

O loteamento de interesse social para as famílias será denominado Jardim do Remanso, a ser construído nas proximidades do Museu de Cera, na Rodovia das Cataratas. A demanda é antiga. Já houve a assinatura de um acordo para transferência das famílias, firmado na época do ex-prefeito Harry Daijó. O não cumprimento ensejou outra ação do Ministério Público que resultou na aplicação de multa de R$ 2 milhões ao Município, que entrou com recurso, suspendendo a ação.

Depois disso, para evitar a execução de sentença e a responsabilização pessoal, o ex-prefeito Reni Pereira (PSB) também assinou um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com o Ministério Público para abrigar as famílias em outro local. Ao atual governo não restou outra alternativa a não ser cumprir as determinações da justiça sob pena de responsabilização pessoal do atual prefeito, que poderá sofrer ação de improbidade e com consequências para o Município com a aplicação da multa milionária.   

Retirada das famílias não será imediata

A diretoria do Fozhabita afirmou que depois da desafetação da área, o próximo passo será fazer licitação para construção das casas ou apartamentos. Segundo a Diretora Superintendente da autarquia, Elaine Anderle, será feito um mapeamento pelas assistentes sociais do órgão sobre o perfil das famílias, até para que possam definir parâmetros para a construção.

O vereador Anderson Andrade, relator do projeto nas Comissões Reunidas, enfatizou que a decisão da Câmara é antes de tudo “ouvir os moradores, Fozhabita, Procuradoria Geral do Município e Ministério Público para que eles expliquem a questão do TAC. Queremos saber, também, informações sobre os recursos para a construção das casas e cronograma”. 

Na audiência pública, o debate é aberto a todos os interessados e será realizado no dia 24/04, às 09h, no plenário da Câmara. Para acessar o projeto ou fazer inscrição antecipada para falar na tribuna durante a audiência pública, basta acessar o link: https://bit.ly/2YM8Wg5  e preencher os dados.